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A Indignação dos profissionais Peritos Avaliadores comprometidos com a excelência

Indignação e excelência: o confronto entre profissionais qualificados e práticas que desvalorizam a avaliação imobiliária. Por Anderson Mira...

Indignação e excelência: o confronto entre profissionais qualificados e práticas que desvalorizam a avaliação imobiliária.


Por Anderson Miranda - Jornalista e Perito Avaliador

Na avaliação imobiliária, o compromisso com a atualização e a capacitação técnica define o nível de excelência dos profissionais. No entanto, o mercado sofre com a concorrência desleal de trabalhos mal elaborados e antiéticos que, muitas vezes, são apresentados como laudos técnicos sem atender aos critérios mínimos exigidos. Descubra como a indignação dos profissionais sérios impulsiona a busca por valorização e mudanças no setor.



A avaliação imobiliária é uma área que exige dedicação constante, atualização profissional e um comprometimento absoluto com a qualidade técnica. Muitos Avaliadores Imobiliários investem tempo e recursos significativos em cursos, certificações e especializações, aprimorando continuamente suas habilidades para atender às demandas do mercado e das normas regulamentadoras. No entanto, esses profissionais frequentemente se deparam com uma realidade frustrante: a presença de trabalhos medíocres e antiéticos que não apenas desrespeitam a profissão, mas também comprometem a percepção pública sobre a qualidade e seriedade da atividade.

Essa indignação é amplificada quando trabalhos mal elaborados, que sequer alcançam o nível de uma opinião de mercado, são apresentados como "laudos técnicos" em contextos judiciais e comerciais. É inaceitável que profissionais despreparados, sem domínio técnico ou respeito pelas normas, sejam reconhecidos no mesmo patamar daqueles que se dedicam de forma séria e comprometida à profissão. Este segmento aborda a revolta de uma gama de Avaliadores que se dedicam à excelência, mas enfrentam a concorrência desleal e os prejuízos causados por práticas irresponsáveis.

A realidade dos profissionais comprometidos


A atualização constante é um requisito indispensável para aqueles que desejam se destacar como Avaliadores Imobiliários. Cursos especializados, estudos aprofundados e participação em eventos técnicos não são apenas diferenciais, mas também um compromisso com a ética e a qualidade. O investimento financeiro pode ultrapassar centenas ou até milhares de reais anualmente, além do tempo dedicado à pesquisa e ao aprimoramento de metodologias.


Esses profissionais têm como objetivo principal entregar trabalhos tecnicamente robustos, que atendam aos critérios da NBR 14.653, respeitando as diretrizes do mercado e das demandas judiciais. Para eles, um laudo técnico é muito mais do que um simples documento; é um reflexo de sua responsabilidade, credibilidade e competência.

Compromisso com as Normas e a Ética


Seguir as normas técnicas não é apenas uma exigência formal; é um compromisso ético e profissional que sustenta a qualidade e a confiança no mercado imobiliário. A NBR 14.653 da ABNT é clara quanto à estruturação e aos critérios mínimos que um laudo técnico de avaliação imobiliária deve seguir. No entanto, muitos profissionais ignoram essas diretrizes, apresentando trabalhos inconsistentes e imprecisos que comprometem não apenas sua credibilidade individual, mas a reputação de toda a categoria.


Um laudo mal elaborado não afeta apenas o cliente que o utiliza; ele reverbera negativamente sobre toda a classe, gerando desconfiança e prejudicando o mercado. A credibilidade construída por Avaliadores comprometidos é colocada em risco quando profissionais despreparados entregam documentos sem embasamento técnico, resultando em análises que falham em cumprir seu propósito e, muitas vezes, prejudicam decisões importantes, seja em processos judiciais ou negociações comerciais.

Separando o Joio do Trigo


Faz-se necessário, mais do que nunca, separar os profissionais qualificados daqueles que possuem apenas um título. Embora o registro no CNAI conceda autorização formal para atuar como Avaliador Imobiliário, ele não é sinônimo de competência. Avaliadores sérios investem constantemente em sua qualificação, estudando normas técnicas, legislação e boas práticas de mercado, enquanto outros limitam-se ao básico, entregando trabalhos aquém do esperado.


Uma possível solução seria a implementação de punições mais rigorosas pelos órgãos reguladores, como o COFECI CRECIs, o CONFEA, o CAU, e os CREAs, para profissionais que atuam de forma inadequada. A fiscalização e a responsabilização são ferramentas indispensáveis para garantir que os Avaliadores respeitem as normas da ABNT, a legislação vigente e o Código de Processo Civil (CPC). Essa postura não apenas inibiria práticas irresponsáveis, mas também protegeria a classe de ser prejudicada por profissionais que insistem em realizar trabalhos medíocres.

A frustração com trabalhos medíocres



A indignação surge quando esses profissionais, que atuam com seriedade, se deparam com documentos que:

- São rotulados como "laudos", mas não possuem qualquer fundamento técnico ou metodológico.

- Apresentam conclusões baseadas em achismos, sem cálculos, diagnósticos ou análises detalhadas.

- Ignoram os requisitos básicos da NBR 14.653, resultando em materiais que não alcançam sequer o nível de uma opinião de mercado.

Esses trabalhos desrespeitam a categoria, causam prejuízos a clientes e processos judiciais, e ainda assim são frequentemente defendidos por seus autores como "inovadores" ou "diferenciados". Essa postura, além de desonesta, desvaloriza os verdadeiros profissionais técnicos e reforça estereótipos negativos sobre a área.

A diferença entre Profissionalismo e Amadorismo



O verdadeiro Avaliador Imobiliário entende que a atividade pericial é completamente diferente de práticas comuns no mercado, como estimativas simplórias de preço. A perícia exige:

- Imparcialidade: A conclusão não deve favorecer qualquer parte interessada.

- Rigor Técnico: Aplicação de métodos normatizados, cálculos fundamentados e análises críticas.

- Transparência: Apresentação clara de dados, fontes e justificativas para cada conclusão.

O amadorismo, por outro lado, se revela em práticas como a utilização de dados irrelevantes ou desatualizados, a omissão de informações importantes e a elaboração de documentos que não sustentam suas conclusões. Profissionais sérios e comprometidos têm plena consciência dessas diferenças e defendem a valorização da atividade por meio de práticas éticas e qualificadas.

Combatendo a cultura da "Folhinha"


Apesar de todas as orientações existentes, ainda há quem insista em apresentar documentos simplórios, muitas vezes conhecidos como "folhinha", que não chegam sequer ao nível de uma opinião de mercado. Esses documentos não atendem às exigências técnicas, ignoram o rigor necessário para uma avaliação imobiliária e, ainda assim, são apresentados como "laudos técnicos".


A solução para esse problema passa por uma conscientização da classe e do mercado sobre o impacto negativo dessas práticas. A atuação conjunta de Avaliadores qualificados, clientes e órgãos reguladores é essencial para inibir esse tipo de comportamento. Profissionais que insistem em agir de maneira inadequada devem ser responsabilizados, seja por meio de ações administrativas ou pelo próprio mercado, que precisa reconhecer e valorizar a excelência.

O Perigo das "Folhinhas" e a Desvalorização da Assinatura Profissional



A aceitação de produzir as chamadas "folhinhas", documentos superficiais que sequer atendem aos requisitos mínimos de uma opinião de mercado, compromete gravemente a imagem e a credibilidade dos Avaliadores Imobiliários. Esses trabalhos simplórios, muitas vezes solicitados pelos próprios clientes com frases como “Preciso de uma avaliaçãozinha, pode ser em uma folhinha”, ignoram que mesmo uma opinião de mercado exige etapas técnicas rigorosas, como a coleta de dados e cálculos avaliatórios que fundamentem a conclusão sobre o valor de um imóvel.

Ao aceitar essas práticas, o profissional negligencia não apenas os critérios técnicos, mas também a relevância de sua assinatura, que carrega consigo uma responsabilidade legal e moral. A assinatura em um documento técnico tem implicações civis e criminais, e pode ser utilizada como base para reparações de danos que recaem diretamente sobre os bens pessoais do Avaliador. Essa postura desvaloriza a profissão, confunde os clientes sobre a seriedade do trabalho e abre espaço para disputas jurídicas que poderiam ser evitadas com a execução de um serviço adequado e ético.

O impacto no Mercado e na Justiça


Na esfera judicial, a apresentação de documentos tecnicamente fracos como "laudos" é especialmente prejudicial. Esses materiais podem influenciar decisões judiciais, impactando financeiramente as partes envolvidas e descredibilizando a profissão. Quando trabalhos mal feitos são aceitos como válidos, não apenas o cliente sai prejudicado, mas também o mercado imobiliário como um todo.


Os profissionais dedicados, ao se depararem com essa situação, sentem-se não apenas frustrados, mas desrespeitados, uma vez que sua dedicação à capacitação e ao rigor técnico é colocada no mesmo nível de práticas irresponsáveis. Essa indignação deve servir como motor para mudanças, incentivando a fiscalização mais rigorosa e a valorização dos Avaliadores Imobiliários que atuam com ética e excelência.

A importância de fortalecer a fiscalização



A atuação dos órgãos reguladores é fundamental para garantir a valorização da profissão. Atualmente, a ausência de fiscalização efetiva permite que muitos profissionais atuem de maneira inadequada, emitindo avaliações superficiais ou até mesmo irregulares. Além das diretrizes da ABNT, a legislação brasileira e o CPC fornecem as bases jurídicas para a elaboração de laudos consistentes. Assim, os órgãos competentes precisam atuar de forma ativa, garantindo que todos os Avaliadores estejam em conformidade com esses regulamentos.

A aplicação de sanções administrativas ou até mesmo suspensões para aqueles que desrespeitam as normas seria um passo importante para elevar o padrão da profissão. Essa medida não apenas desincentivaria práticas irresponsáveis, mas também criaria um ambiente de maior profissionalismo e respeito às diretrizes técnicas e legais.

Um chamado à união e à defesa da profissão



A avaliação imobiliária, quando exercida com ética, técnica e compromisso, é uma profissão digna, essencial e transformadora. Entretanto, os verdadeiros Peritos Avaliadores – sejam corretores de imóveis ou engenheiros civis – enfrentam diariamente o impacto devastador de práticas oportunistas que desrespeitam a profissão e a categoria. Esses aventureiros e aproveitadores, despreparados e alheios às exigências técnicas, colocam em risco a credibilidade do mercado e retiram das mãos dos profissionais qualificados oportunidades de trabalho que sustentam famílias e promovem o desenvolvimento do setor.

Esse cenário exige ação. Não se trata apenas de indignação, mas de uma luta legítima pela valorização e proteção da profissão. É preciso que corretores e engenheiros, classes que compartilham responsabilidades e desafios, unam forças para combater aqueles que comprometem o futuro da categoria. A aplicação de normas como a NBR 14.653 da ABNT não é apenas uma exigência técnica, mas um ato de respeito à sociedade e à responsabilidade social que a avaliação imobiliária representa.

Os órgãos reguladores, como o COFECI e CRECIs, o CONFEA, o CAU, e os CREAs, têm o dever de agir de forma mais rigorosa, separando o joio do trigo e impondo sanções exemplares a quem desrespeita as diretrizes técnicas e éticas da profissão. A fiscalização precisa ser intensificada, e a conscientização sobre a importância de laudos técnicos consistentes deve ser reforçada junto ao mercado e à sociedade. É inadmissível que "folhinhas" mal elaboradas sejam aceitas como laudos e que práticas antiéticas tenham espaço em um mercado que deveria se pautar pela excelência.

A avaliação imobiliária não pode ser apenas um mercado; ela deve ser um compromisso com a justiça, a precisão e o profissionalismo. Os verdadeiros Avaliadores precisam não apenas se indignar, mas também se organizar para proteger o que construíram com esforço, estudo e dedicação. Essa é uma batalha por respeito, pela valorização de uma profissão que exige muito mais do que um certificado. É hora de defender a avaliação imobiliária como ela merece: com união, força e o reconhecimento do papel essencial que desempenha na sociedade.


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